sexta-feira, fevereiro 29, 2008



8 meses

Vamo atualizar essa bagaça?
Vaaamo! haha

Na verdade, não... estou preparando um post especial de 9 meses de retorno. Ainda nao acredito que faz tanto tempo, passou voando... mas acho que a vida é assim mesmo depois dos 18.

Nevertheless, achei um texto ótimo, do igualmente ótimo Carlos Heitor Cony. Atenção!! Conteúdo intelectual explícito! Saia da página se você não tem massa cinzenta suficiente.
Segue abaixo. Vejo vocês em um mês.

CARLOS HEITOR CONY

Receita padrão de adultério
Fique sabendo que nenhuma mulher nasce adúltera, como os poetas que nascem poetas


NÃO SUPORTOU mais e foi procurar o amigo escritor. Era amizade antiga, mas distante. De há muito o considerava um péssimo caráter, capaz de cometer qualquer miséria desde que tivesse lucro com uma mulher ou com um assunto que lhe desse inspiração. Aproveitava-lhe a sabedoria, mas evitava contagiar-se com a devassidão de sua vida abominável.
Ele desejava mudar o nome do prédio onde morava (Babilônia), aconselhara-se com o amigo, haveria uma reunião de condomínio e o escritor incentivou-o, que fosse formidando ao fazer a proposta.
- Formidando? Quê que é isso?
- Uma expressão clássica, Raul Pompéia usava muito em "O Ateneu", o professor Aristarco era formidando. Significa formidável, feroz, tonitruante.
- É isso aí! Serei formidando!
A reunião foi numa sexta-feira, à noite, nada teve de formidanda. No sábado, ele voltou ao amigo.
- Como é? Você foi formidando?
- Formidando uma ova! Foi um desastre!
- Mas por que diabo você quer mudar o nome do prédio?
Abriu-se. Pela primeira vez na vida, abria-se.
Tinha medo de ser traído. Sabia que as mulheres depois de certa idade sofriam crises, as tentações eram muitas. Ele achava que o nome "Babilônia" era um péssimo agouro. Mas reconhecia que não adiantava mudar o nome do prédio.
- É. Não resolve mesmo, admitiu o amigo.
- Você seria capaz de dar em cima da minha mulher?
A pergunta, à queima-roupa, desorientou o escritor, que apesar de cínico não estava preparado para ela.
- Não. Ela é muito magra.
- Era. Agora engordou um pouco.
Para ser fiel ao papel de cínico, o amigo novamente admitiu:
- Bem, se está no ponto, por que não?
- Você gosta de mulher gorda?
- Nada disso. Mas mulher magra foi uma impostura dos costureiros, dos modistas. São, em geral, pederastas. Odeiam a mulher. Querem os homens todos para eles e o melhor modo de eliminar a concorrência é obrigar a mulher a ficar ossuda, sem carnes. As idiotas fazem regime, ficam com as pernas que parecem palitos, a bunda vira uma tábua. Não é à toa que os homossexuais terminam levando vantagens. Agora, veja, as fêmeas bíblicas, a mulher das Escrituras, as mulheres de Renoir, de Rubens, as madonas, a "Fornarina" de Rafael...
- Bem, eu não entendo muito disso, mas acho que você tem razão.
- Uma porrada de razão! Os homens gostam e se casam com mulheres magras para a exibição, o jogo social. Na hora de rebolar na cama, preferem as gordinhas, as falsas magras...Todas as amantes dos meus amigos são assim...
- Eu não tenho amantes, Otávia me basta.
O amigo ia dizer qualquer coisa, freou-se a tempo.
- Você acha que sua mulher seria capaz de um adultério?
- Sei lá.
- Bom, em princípio todas as mulheres são capazes disso. Elas têm a matéria-prima do adultério: o sexo e o marido. Falta apenas o beneficiamento, que é o terceiro elemento, o amante, que não é difícil de encontrar. Mas fique sabendo, nenhuma mulher nasce adúltera, como os poetas que nascem poetas. Ela se faz, como os oradores. Ou melhor, o marido é que a faz adúltera.
- Você já cometeu adultério?
O amigo fingiu que não ouvira bem, mesmo assim tirou o corpo fora:
- Eu sou solteiro!
- Não é isso que quero dizer. Pergunto se você já cometeu adultério com alguma mulher casada?
- Que eu saiba, não. Não gosto de adultérios. Eles precisam de hotéis sórdidos, exigem códigos ridículos, praticam ritos abomináveis, dificilmente se comete adultério em paz de espírito.
- Isso é necessário? Essa paz de espírito?
- Tanta mulher no mundo, porque escolher uma que pode dar problema?
- O problema pode compensar.
Calaram-se por um tempo. O escritor ofereceu um uísque.
- Bem, por hoje chega. Aprendi bastante. Outro dia apareço.
- Você tem lido meus livros? -a pergunta foi também à queima-roupa.
- Não. Otávia acha-os indecentes e eu termino escondendo-os. Na última mudança, sumiram.
- Ainda bem. Qualquer que seja a solução do seu caso, mantenha-me informado. Você pode me dar bom assunto.

postado por Raquel às 9:16 PM


2 Comente:
Blogger Karine =) disse...

Racheeeel...q massa q ta indo tudo tao 10 ai pra vc=). Tava conversabdo com a Vivi sobre vc...To aqui a 4 meses e comeco a pensar em extender...mas ainda nao sou formada tb...ai ela me contou de vc e tal... q valeu super a pena...vamos ver...cada historia, cada historia ne?
Enfim...eu num tenho nem cara de pau de pdir pra vc me ajudar...sua vida ta muuito corrida...e eu achava q a minha de au pair era corrida...haha...a diferenca eh q vc ganha muuuuuuuuuuuuito melhor...hahaha=p...enfim...mas um dia...se vc tiver 5 min...rsrsr...me manda um e-mail so me respondendo 4 coisinhas: como tava seu ingles antes de vir, quando vc comecou a sentir diferenca, pq vc decidiu ficar o segundo ano e quanto nao ser formada pesou ou nao.
Brigadao mesmo...se vc nao responder...eu vou entender...hahaha

bjao e Deus te abencoe
Ps: meu e-mail eh...karinepbrito@yahoo.com.br

3:01 PM  
Blogger Kellyn disse...

Não sei se ainda entra aqui, mas não para de escrever não, pois vc é o tipo de au pair que incentiva as meninas a lutarem pelos sonhos, mto legal suas histórias, tenho certeza que já está mto bem e sua vida só tende a melhorar.

Boa sorte para vc e volta a escrever no seu blog
Beijokas
Kellyn

1:28 AM  

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Nome: Raquel Amarins
Natural de: Sao Paulo - SP - BRASIL
Idade: 22 anos
Aniversario: 22/11
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O que eh: Um programa de trabalho remunerado nos Estados Unidos, com acomodacao em casa de familia para ser baba por um ano.

Agencia: EF Brasil/Cultural Care Program
Primeira Familia: Rachel e Jay; Zachary (9) e Jacob (5)
Cidade: South Orange - NJ (30 minutos de NYC)
Tempo: jun/05 - jun/06

Segunda Familia: Ingrid e Ursula (10)
Cidade: Milton - MA (20 minutos de Boston)
Tempo: jun/06 - ago/06

Terceira Familia: Irene e Jim; Kallisti (8) e Alexandros (3)
Cidade: Acton - MA (40 minutos de Boston)

Entrega do dossie: 11/03 (chegou em Boston em 14/03/05 e colocado a disposicao das familias em 16/03/05)

Dia V: 20/05/05
Dia D: 12/06/05

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